Não ter opção já é opcional. Não há dúvida. Ter uma opção é já opcional, também. Não há dúvida. Ter duas opções é normal e corriqueiro. Não há dúvida. Ter três opções é fantástico. E quanto mais, pior. Há dúvida. Quanto mais opções, mais dúvidas. Qual escolher? Qual? Me diga! Era tão bom a lanchonete ter apenas duas opções: Xis com ovo, sem ovo. Mas agora não. Toda essa evolução. Todos esses números. Todas essas dúvidas.
Por isso eu gosto do temporal. Aquele que os raios caem e iluminam a noite, e por um instante parece que os pingos ficam parados no ar, enquanto a luz dura o tempo suficiente para se perceber que está chovendo. Não há opção. É só ficar olhando. Mesmo que não queira olhar, não há o que fazer. Não há ninguém que não queira ver o momento se congelar. E toda a tranqüilidade de estar sozinho em casa olhando pela janela. Seco, enquanto tudo lá fora pára por um instante, e depois volta a funcionar como se deve: molhado.
Por isso que eu gosto do temporal. Neste tempo em que se fica mais sugestivo a olhar-se para dentro. Mesmo que for contraditório com o que escrevi acima. Posso dizer não contraditório, mas usar a desculpa dos meus amigos Hegelianos, e dizer que agora o conceito se transformou em seu contrário. Há mais uma opção, ao invés de uma: Eu posso olhar não apenas pela janela de vidro, mas pela janela da alma, e ver o temporal que ocorre dentro de mim. E os relâmpagos, iguais aos da janela de vidro, fazem congelar o interior o suficiente para se perceber que está chovendo. É especial ter essa sensação. A sensação de chuva por dentro. De tormenta. De angústia. De mistério. E depois a vontade de comer numa lanchonete. Mas daquelas simples. Aquelas que mesmo com fome se espera pelo xis sem ovo, com ovo. Ou com a maionese que sempre vem, mesmo quando não se quer. São esses simples momentos que fazem da vida a própria vida.
Uma vez, em todo dia, eu vejo pessoas apressadas querendo chegar o mais rápido possível em algum lugar, para depois sair o mais rápido possível dele, e chegar de novo em algum lugar o mais rápido possível, para depois sair dele...É assim. Ninguém mais aproveita a vida. A vida simples do temporal. A vida sem muitas escolhas. O cotidiano sem correria. O momento frisado pela luz do relâmpago que congela a vida só para mostrar que ela existe.
Por isso eu gosto do temporal. Aquele que os raios caem e iluminam a noite, e por um instante parece que os pingos ficam parados no ar, enquanto a luz dura o tempo suficiente para se perceber que está chovendo. Não há opção. É só ficar olhando. Mesmo que não queira olhar, não há o que fazer. Não há ninguém que não queira ver o momento se congelar. E toda a tranqüilidade de estar sozinho em casa olhando pela janela. Seco, enquanto tudo lá fora pára por um instante, e depois volta a funcionar como se deve: molhado.
Por isso que eu gosto do temporal. Neste tempo em que se fica mais sugestivo a olhar-se para dentro. Mesmo que for contraditório com o que escrevi acima. Posso dizer não contraditório, mas usar a desculpa dos meus amigos Hegelianos, e dizer que agora o conceito se transformou em seu contrário. Há mais uma opção, ao invés de uma: Eu posso olhar não apenas pela janela de vidro, mas pela janela da alma, e ver o temporal que ocorre dentro de mim. E os relâmpagos, iguais aos da janela de vidro, fazem congelar o interior o suficiente para se perceber que está chovendo. É especial ter essa sensação. A sensação de chuva por dentro. De tormenta. De angústia. De mistério. E depois a vontade de comer numa lanchonete. Mas daquelas simples. Aquelas que mesmo com fome se espera pelo xis sem ovo, com ovo. Ou com a maionese que sempre vem, mesmo quando não se quer. São esses simples momentos que fazem da vida a própria vida.
Uma vez, em todo dia, eu vejo pessoas apressadas querendo chegar o mais rápido possível em algum lugar, para depois sair o mais rápido possível dele, e chegar de novo em algum lugar o mais rápido possível, para depois sair dele...É assim. Ninguém mais aproveita a vida. A vida simples do temporal. A vida sem muitas escolhas. O cotidiano sem correria. O momento frisado pela luz do relâmpago que congela a vida só para mostrar que ela existe.
2 comentários:
Muito bom esse texto...
É muito inteligente...
valeu
SDS
Sobre Hegel. Destruidor de papel, tempo e mentes.
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