terça-feira, julho 05, 2005

A Lua é Assim.

Hoje vou deixar minha cidade, minha terra e minha consciência. Hoje vou à Lua.
Hoje vou ver o meu amor. A Lua me enche de esperança, uma esperança fria e amarga, daquelas que como o vento frio, nos fazem tremer. Alexandria me espera. O meu amor me espera. A verdade me espera.
Talvez eu já soubesse o que viria. Os deuses deveriam estar brincando comigo. A quanto tempo não vejo Alexandria? A eternidade, para mim. Acredito que a eternidade seja tempo suficiente para despertar a paixão, mas ela não foi suficiente para apagá-la. Talvez a eternidade seja tempo suficiente para nos mudar por fora, mas por dentro continuo o mesmo.
Na Lua, eu descobri o amor, e ela também, mas não ao mesmo tempo, pois o namorado dela é mais velho que ela e eu juntos.
Rubens é legal, tenta parecer legal que acaba por convencer a todos. Na Lua ele roubou o meu lugar, meu lugar no coração de Alexandria, no time de futebol, na mesa de jantar da Dona Mercúria, etc. Tudo que era meu ele roubou. E não há nada que eu possa fazer, além de sentar aqui e filosofar sobre erros terríveis do passado, que vem a tona através de castigos duros e perpétuos, até o momento.
Alexandria me reconheceu, por mais que esperasse isso, não acreditava. Ela me abraçou e disse que sentia saudade, mas é mentira, eu posso sentir. Rubens sente meu ciúme.
Virei amigo dele, essa parte eu me envergonho, porque o ciúme se torna vingança, e amanhã iremos até a queda d’água da Lua, eu poderei recuperar Alexandria ou perde-la para sempre, e me perder também.

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