domingo, julho 03, 2005

Anuncio Cerebral

— Sabonete.
— Como?
— É o que eu uso para lavar toda essa sujeira que gruda. Grude. Grude e pastelina.
— Não entendi.
— Não faz mal, mas me diga: Por que está sozinho num sábado à noite?
— Eu...eu não sei. Até gostaria de saber. me diz tu!
— Você não nasceu para viver em sociedade.
— ...
— hu-hum!
— O que isso tem a ver?
— A sociedade que diz que você deve sair sábado à noite!
— Talvez sim. Talvez eu tenha nascido para viver em sociedade, mas não nessa.
— Não me diga...Que tipo então, você nasceu para viver?
— No tipo que as pessoas não estranham se tu sai ou não no sábado à noite.
— Então você esta longe de aproveitar a vida!
— Eu? Eu estou longe? Pelo menos eu faço o que eu quero!
— Não! Você faz o que os seus pais mandam!
— Não! Eu nem tenho pais...
— Então você faz o que quer!
— escuta, tchê. Para de falar “você” ó, tu ta no Rio Grande do Sul! Aqui ninguém fala assim!
— Eu sei, mas se eu falar como tu, ninguém vai saber quem esta falando, fica parecendo a mesma pessoa, saca?
— Saco. Onde a gente tava?
— Você...digo, tu acha que todo jovem quer ser rebelde e diferente, e assim todos se tornam iguais, e desta maneira, ninguém fica rebelde e diferente.
— Exatamente.
— Então ser diferente, agora, requer ser igual aos seus pais, para ser diferente de todos os jovens...
— Exatamente.
— Por que quando quem esta na moda é aceito e quem tem cérebro não é?
— Na terra dos ignorantes, quem tem cérebro quer “aparecer”, e é logo excluído, meu caro.

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