quarta-feira, dezembro 05, 2007

Metáfora

a propósito do apostólico, do simbólico e do sintético - estou saindo deste séquito em direção ao sem-rumo.

quinta-feira, novembro 15, 2007

O Demagogo - ou Belo Engano

Quando eu dizia que iria casar-me com você
Eu não previa que isso algum dia fosse mesmo acontecer.
Em um segundo eu pus no mundo outro buquê
em pétalas de rosas todas cheirosas, feitas por nós dois.

(...)

Meu bem, isso tudo me deixou mudo: não sei o que te dizer.
Depois de tanto tempo ainda me lembro: tinha medo de te ter.
Pensava que não seríamos tão unidos como viemos a ser.
E nossa história cheirava a discórdia, não crês!?

domingo, novembro 11, 2007

Herói do Mês

Eu tinha quase dezesseis
E a minha mesada dava quase um mês.
Isso se eu guardasse um monte
Quer dizer, ficava sem uns doces!

Eu era aquele seu freguês,
Comia, bebia e corria mesmo às três.
Tinha meu estômago forte,
'guentava até tempero do norte!

Não tinha medo de vocês,
Mas fiquei trancado em casa quase um mês!
Não que me sentisse fraco,
Isso era apenas a busca do meu casaco!

Eu tinha pena do vocês
qu'eu não sabia quem era o libanês!
Nem o Francês, o javanês, nem mesmo o pequenês!
Eu era o herói do mês.

sábado, novembro 10, 2007

Nuvens Baixas

Cansei desta chuva que cai
e a gente não sai
nesta hora em que vai
acabar o mundo...

eu sei que dançar outra vez
é motivo que dá
razão pra chorar
e afogar o mundo...

dizer que a roda não quer
rodar pra você
é desculpa qualquer
pra culpar o mundo...

sábado, outubro 20, 2007

Sem ponto, sem nada

Quando a culpa vier acabar com você eu vou dizer que era verdade tudo isso já não me importo com o que vai te acontecer porque eu só quero assistir você cair nessa seria isso pedir demais pelo amor de Deus estou cansado de ver o mal triunfar quero apertar o meu cinto e largar a fivela vou correndo em direção a ela para pular naquela direção nenhuma outra me faz sentir mais molhado e cansado de tanto aprontar minha indecisão

segunda-feira, outubro 08, 2007

Me Deixe em Paz

Me deixe em paz
que já num'guento mais
essa vida de não ter
melhor nem me ver
nessa estória que jaz agora.

Diga um adeus bem forte
que é pra esse vento-norte
levar todo meu amor
junto, com meu rancor
pra'quelas bandas de lá fora.

Qu'eu fechei aquela porta
que dias atrás deixei aberta
com a fechadura em nó, toda torta
encostada nas minhas cobertas

e se num acaso eu te falar
que isso um dia vai mudar
melhor não me levar a sério
que isso tudo é um mistério
eu estou a soluçar...

quinta-feira, setembro 20, 2007

Fio dos Olhos

Quando não te vejo
Vejo em você o meu desejo
De te ver, de te ter mais uma vez.

Pobre dos meus olhos querem fugir,
Sem, aqui, poder sentir
O calor da contradição: a tua visão.

E é isso:
Fechado dei um sumiço
Nestes pequenos olhos de mestiço
Que vagueiam sem direção.

sábado, setembro 15, 2007

Na Maciota.

Te encontro e te conto o que fiz,
Te agarro, te faço feliz.
Sem declaração, sem cartinha
Sabes que é uma gracinha
Vestida com esse brio?

Vê se não toca no assunto
Não sou nenhum bruto,
Só quero uns amassos
Para preencher os espaços
Deste meu vazio.

Às escondidas,
Em tardes perdidas
Sem muita trova,
O que quero é uma prova
Da delícia que é estar juntinho
- ah! esse teu corpinho...

Eu sei que não valho nada
Mas você que é a culpada
D'eu te ter na minha mão.

(tempo de troca)

E ele me pega com força,
Diz que não sabe se vai voltar
E eu em casa a esperar...
A comida eu preparo todo dia,
Que agonia!
Ele sabe me usar...

Limpo a casa, agoniada
O que ganho é enfada
Além da saudade que me visita
E arde,
Até que ele volta, do nada,
E eu, nem alarde.

Deve ser o cheiro dele,
Que faz com que eu me destrambelhe
Perca a razão,
Só queira sua mão
No meu corpo moreno
Esse mundo é pequeno,
Quando me deita no chão...

Me faz e desfaz
E some de novo, como só ele sabe
Como lhe cabe - não sei, não.

Samba dos Reclames do Bordel.

Meu coração é feito chama,
Quando acordo, meu Deus me dana
Pois já cumpri minha missão.

Sabes das minhas mulheres,
11 delas, a todas queres
Mas não são minhas, não.
São todas do meu bordel
Anjos caídos aí do céu
Que dão alento e Sofreguidão.

E isso não vai ficar assim,
não vais roubá-las de mim
- Esse sujeito não tem colhão!
Se sair por esta porta
Escute bem, te dou por morta
Essa é a minha maldição!

(tempo)

Ei, você! volte aqui
Eu nunca te iludi
Te dei um tanque e um fogão
E agora, como cê me paga?!
Três coronéis e uma noitada,
Depois a fuga e o Safanão!

Este aqui é o bordel
Pedaço cá do céu
Pra quem sofre de solidão.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Samba da Cara de Tristeza que Não Tem Mais Fim.

Eu pensei que ia dar,
que poderia aguentar,
mas deste jeito, não.
Vamos resolver logo isso,
formar um compromisso,
esquecendo a solidão;

sentado ao teu lado,
coração apertado -
oh, que triste ilusão...
eu não tenho mais fim,
não caibo mais em mim,
quero toda atenção...

Essa história é pequena,
eu imploro, morena,
não faça isso, não.
dessas duas, te dou uma:
ou escolhe só, tu e a lua,
quem te trás mais felicidade...

ou te roubo do bocó,
sem dó
nem piedade
e te levo à outra cidade.

sexta-feira, agosto 31, 2007

Cidade Baixa

Almoçamos na Cidade Baixa como de costume. o Sol brilhava alto ao meio dia e não tínhamos vontade de sentar ao seu acaso. Sentamos um em frente ao outro, dentro do restaurante, e o sorriso existencial dela alegrava a cada instante a minha própria existência. A conversa continuou banal, como sempre fora, mas de uma banalidade perfeita, que trazia a esperança de uma vida simples e complexa ao mesmo tempo, enquanto se discute a origem da vida até seu infortúnio fim.
Enquanto o assunto se encerrou devido a um comentário meu a respeito da imprevisibilidade da mundo e a nossa faculdade de prometer - que fez com que ela parasse por um instante para pensar - enfim, mudou de assunto como se não houvesse nenhuma importância isso.
- Não me disseste ainda o 10º motivo de me odiares - seu sotaque do norte me alegrava devido a perfeição da conjugação verbal e do jeito doce, que nunca havia visto por essas bandas do sul.
Parei um instante, com o garfo ainda na boca e levantei uma sobrancelha.
- o quê?! - perguntei, pois não havia motivo para odiá-la, muito menos 10 deles, ainda mais em ordem. incrível!
Pensei um pouco mais, afinal, talvez seria esse o momento certo para dizer o que realmente me incomodava. continuei olhando fixamente com cara de interrogação.
- é, vamos, me diga - disse ela, com um meio sorriso na boca - me diga o que é, me dê um motivo para mudar minha vida...
Era esse o momento mesmo, pensei. Vou dizer exatamente aquilo que pensei a respeito: o que me incomoda é o fato de tu teres um namorado e ele não ser eu. Construí minha intenção nessa direção, mordi os lábios e quando ia abrir a boca, alguma coisa a bloqueou. Tentei uma segunda vez e nada. Uma terceira e a mesma coisa. Levantei novamente a sobrancelha e ela tremeu por um instante: nada. O tempo passou em silêncio, e para o meu constrangimento, ela me olhou com o rosto em desaprovação.
- Não vais dizer?
Reuni toda minha coragem, esse era o momento de glória, de satisfação, o momento que teria para contar aos nossos filhos, netos, bisnetos, tataranetos - toda cadeia de descendentes, todas as gerações vindouras deste momento belo e único. Concentrei minha coragem e foi-se: baixei minha cabeça para o prato e de lá coloquei mais uma garfada na boca - não que estivesse com fome, mas para dar um motivo tolo de explicação do bloqueio estúpido que me sacudia o interior da cabeça: covarde, era isso que eu era, covarde.
O silêncio se apertou na tarde quente.
- ah, mas tu vais falar hoje!
Droga, pensei. Mais pressão...
Eu sorri em retorno, como pedindo desculpas por estar bloqueado. Balancei os braços em dúvida, meio desesperado. Era totalmente imprevisível aquilo. Era tão imprevisível que não podia nem avisar do bloqueio sem parecer ridículo. Terminamos o almoço conversando sobre a faculdade de prometer e não cumprir. O assunto só continuava quando não era relevante para nada. Levantamos, seguimos ao sol e, num dado momento, passei o braço sobre seu ombro. Ela deixou envolver e não disse nada. Coloquei meu rosto perto do dela e sussurrei: vai dar tudo certo, não se preocupe. Ela continuou com a mesma expressão por um tempo, depois sorriu.
- Esses são os brechós da Cidade Baixa... Aqui pode-se comprar casacos por 5 reais, como esse aqui que estou usando...
- lindo casaco - falei, mas sem esperança de que um dia fosse comprar qualquer destes casacos aí.
Quanto tempo duraria para começar a caminhar não sabia; o primeiro passo sempre foi o mais dolorido, o mais difícil, o mais longo deles. Depois é pura rotina, puro desespero, pura alegria. Continuei ao seu lado até que o sol daquela tarde baixou no horizonte, e mesmo depois disto, ainda continuava lá, mas sem dizer palavra alguma. Nem mesmo um eu te amo.

domingo, agosto 26, 2007

O teu amor e as Estrelas.

Pela janela não dava para ver coisa alguma. Como se a escuridão da noite já não bastasse, a neblina do inverno deixava ainda mais triste a imagem daquelas pessoas entrando pelo bosque.
João Ventura retirou suas mãos de garoto de 5 anos do parapeito da janela e se deitou na cama para dormir. O sono veio rápido, diferente dos sonhos - que, desta vez, nunca mais vieram. Durante o sono, ficou pensando em como poderia ser aquilo: Tão estranho, tão diferente, tão preguiçoso...
A vida é um mistério.
Maior mistério ainda é como ele poderia ver a si mesmo, sem estar fora de si. Sem estar dentro de si. Sem ser a si mesmo.
No limiar da loucura, voltou a sonhar.
Acordou pela manhã e viu seu mais belo desejo vir a realizar-se: nada havia mudado. Todas suas coisas estavam ali, no mesmo lugar. Ali mesmo, em cima da cama, ao lado da mesa, em baixo do armário. A conversa na cozinha, agitada pelo café da manhã, entrava pela porta porta do quarto. O seu apreço pelo cheiro, mostrava que estava com fome.
Levantou-se da cama, vestiu seus chinelos e se arrastou atá a porta - abriu-a. Deu um passo a mais e percebeu que suas mãos já não eram mais de garoto de 5 anos - enfim, tudo estava normal novamente, havia tudo mudado: tinha 40 anos mas a vida ainda era um mistério.

segunda-feira, abril 16, 2007

Justiça à Brasilieira

Essa gente, ora, fala o que quer
E o resto, que não sabe o que é,
Engole a besteira qualquer.
E eu, que tenho o passado por tudo isso,
Enfrento esse artifício
Em nome de um Deus-quiser.

Nossa gente, ó gente despreocupada,
Enfrenta o dragão na espada,
Na esperança de ser Feliz.
Eu não posso mais estender a mão
Mesmo tendo por tradição
Me fechado em cicatriz.

Será que é mesmo a amizade,
Como dizem ser a base,
Destas relações?
Ou quem sabe, é apenas um compromisso
de quem não tem nada a ver com isso
receber umas comissões?

Assim que a justiça,
letra morta e postiça
Da nossa condição.

terça-feira, janeiro 30, 2007

Assim Falou João Ventura

João Ventura sentou naquela cadeira ali. Aquela mesma. Sentou, chamou o garçom, pediu uma cerveja e quando o cidadão se afastou, suspirou.
Eu sei disso por que estou sentado deste lado do bar, tomando a minha e escolhendo qual destas raparigas levaria para casa. É tudo figura de linguagem, eu sei. Mas uma linguagem bonita, reconheço.
O caso é que João Ventura está decididamente ali sentado na cadeira. Suspirou uma vez só, depois ficou olhando a gota de água sob a mesa. Eu juro que posso ouvir seus pensamentos, mas nao é verdade. Só posso imaginá-los. Imaginá-los ou lembrá-los. Como queiram, oh leitores...!
É um daqueles momentos onde se pode pensar o que quiser, pois não se deve pensar em nada, em absoluto. Eu fico imaginando esse tempo; eu ali, sentado; eu aqui, sentado; elas ali, sentadas. Lindo! Mas em nada para pensar. É exatamente um destes momentos. Onde se pode pensar em tudo, absolutamente tudo, e não pensar em nada.
Espere! Sim! Ele está pensando! Me lembro desta ruguinha na testa! Que saudade dela! Sim! É a ruguinha do pensamento! No que estará pensando João?! Pergunto como se fosse difícil imaginar. Ana.
Pois é Ana.
"Acho que sei exatamente o que isso significa", pensou João, "Significa que encontrei o amor... Significa que é assim que se descobre o amor! É quando no momento em que se pode pensar em tudo e em nada... Quando sem querer (em absoluto) pensar, e mesmo assim, o pensamento nela acontece... Nela e em mais ninguém! Se foge, mas não se escapa... É o fim da liberdade, o inicio dela... Quem sabe...?! São mais pensamentos inacabados que certezas triunfantes...? Mais frases de efeito que respostas objetivas...?"
Pronto. Assim falou João Ventura. Assim está falado. Se não o Conhecesse bem, diria que está mesmo apaixonado. Não caio nessa, não. Sou uma raposa velha mesmo. Se não soubesse o final desta história, não seria a minha.
Pego a minha cerveja, levanto e vejo a cena: o garçom parado com a cerveja na mão; João Ventura é somente um vulto pela porta. Eu sorrio, sigo até a mesa das raparigas e proponho um brinde.
Um brinde à inocência.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

A Vida no Propugnáculo

O rei obeso, grosso como um carvalho, ergueu com muita dificuldade (e, no fundo, um pouco de manha) seu enorme dedo, apontando apra um mendigo.

- Cavalariço! Me diga... por qeu aquele homem está azul?

- Por falta de alimento, Vossa Alteza!

- Está dizendo que não alimento meu reino?

- Sim.

- Hmm.. admiro sua sinceridade! Ganhará um prêmio.

- Mesmo?

- Claro que não! Soldados, enforquem-no. Não! Melhor, cortem-lhe a cabeça, e depois o enforquem.

- Mas senhor, isso seria um desperdício de mortes... Basta escolher uma das execuções!

- Até que és útil, para um condenado. Qual das mortes recomenda? Te darei essa chance!

- Desculpe-me se não pular de alegria, Majestade. Veja, as duas alternativas são ótimas, tem seus méritos! Mas... Se me cortarem a cabeça, como irão me enforcar?

- Sinto-me triste por ter de matá-lo, pois tens lautos conhecimentos no campo das execuções.

- Obrigado, Majestade. Mas.. então por que não me deixa vivo?

- Vês, não posso! Aí o que pensarão de mim? Que não tenho pulso, sou um fraco! Soldado, coce meus testículos. Isso... não, não, mais acima.

- Vossa Alteza, noto que seus soldados fazem tudo pelo senhor.

- Prossiga.

- E... um Rei deve ter uma postura
auto-suficiente, não precisa de homens para isso e aquilo! Um Rei deve agir como tal e mostrar seu poder incorporado.

- Aonde quer chegar homem?

- Acho que deves dispensar esses homens. Mande-os para suas famílias! Deixe-os descansar...

- Por que eu faria isso? Eles são pagos para fazer isso.

- Na verdade não, Senhor! - disse um dos servos.

- Mas hoje tiraram o dia pra me desafiar! Loucura! Você, junte-se ao cavalariço! Morrerão os dois.

- E quem comandará a carruagem?

- Você! Escudeiro! venha cá e...

- Ma io non sei pilota questa carruage ãhn?

- Demente! Morrerá também!

- Vocês ai adiante. arqueiros! Venham cá e comandem essa carruagem.

- Não podemos ouvi-lo daqui de cima, Majestade!

- Ahh! Morrerão todos!

Todos; os arqueiros, o cavalariço, o soldado e seu escudeiro, até mesmo o carrasco e mais dois servos formaram uma fila. Nisso, o Rei se ergueu, provocando intermitentes ondas em sua carapaça de óleo, e ordenou:

- Agora, decidirei quem será o carrasco.

Tentou, em vão, erguer o machado do chão, suou, peidou, saltitou.

- Pensei muito e decidi não erguer o machado. Faremos da seguinte maneira: vocês, arqueiros, atirem para o alto e se joguem na frente das flechas.

Os dois arqueiros atiraram para o alto, mas as flechas retornaram inofensivas, muito devagares.

Em seguida, a mando do Rei, o carrasco correu em direção ao machado, mas sabiamente desviou um pouco antes, apenas fazendo a sua barba do lado direito.

O cavalariço bateu em ums dos cavalos para que fosse atingido pelo coice, mas o cavalo apenas disparou, levando a carruagem.

O escudeiro tentou se enforcar, mas era deveras gordinho e apenas quebrou o galho da árvore.

O cavaleiro pegou sua faquinha e no momento em que ia cortar sua garganta, foi salvo por seu escudeiro.

Os dois servos correram u mem direção ao outro para cabeçearem até a morte, como carneiros do Nepal, mas no último momento passaram um pelo outro, dando os braços, e começaram a dançar.

o Rei se ergueu novamente.

- CHEGA! Me dá essa espada aqui moleque, é assim que se Glllhhhh.....

E todos viveram felizes para sempre, até que o escorbuto, o béri-béri e a Peste-Negra os dizimou.

(Filipe Bastos)

Abra a Janela pra Mim.

Mim não sabia o que falar; tanto que nem sabia falar... eu sei, é a historia errada.
A Verdade é que João Ventura já não sabe quanto tempo faz que dormiu. pobrezito! sim, João Ventura sou eu! Aquele ali dormindo é minha vaga lembrança. Ele não sabe. Acha que temos o mesmo nome por mero acaso. Mas digo isso para evitar perguntas do futuro. O futuro pertence à mim; à nós; à ele, na verdade. eu estou velho. velho e acabado... me resta apenas mais alguns verões. Talvez 5... ou mais. ou menos! (onde foi parar meu velho pessimismo?!)
João Ventura já não acorda devido à ressaca. eu bem que avisei, mas ele insistiu em beber. se eu me lembro bem, essa foi a última vez que botou álcool na boca. Também, pelo que vai sentir amanhã de manhã, leitor, eu teria feito o mesmo... e fiz. desde esse dia não ponho nenhum álcool na boca. Não que eu me lembre de ter posto. Mas também, já nao lembro de mais nada.
Motivo? Você quer motivo para beber?! há! Leitores e "motivos". Parece que nunca bebeu sem motivo. "não"? Santo! ele também não. Ninguém bebe sem motivo. Como posso escrever uma obra "non sense" e ter que explicar tudo!? Se perdeu o motivo da obra! O fato é que João Ventura é corno! é isso! falei! agora chega. Maldita Ana. fazer o que...?