A beleza do amor não repousa na rotina
- Não poderia não, de forma alguma -
Repousa antes nas imagens da retina
Iluminadas pelas gotas de baunilha
Que se formam sempre na contramão.
Fostes o que foste a nossa união
Seríamos, quem sabe, grandes irmãos
Mas sem aquele beijo seco e iludido
Que concede à imaginação
Aquele gosto combalido
De imaginar sempre um grande não.
Queria mandar, por fim, um grande abraço
Ao sujeito mais sarcástico do pedaço
Que colocou no amor toda sua instabilidade
Lançando a todos sem piedade
A fórmula oculta da felicidade
Cujo efeito contrário ainda é a interrogação.
terça-feira, dezembro 22, 2009
sexta-feira, dezembro 18, 2009
Samba da Volta ao Mundo
A vida segue em paz por onde ando
Só não posso dizer o mesmo com você.
Esta liberdade do ar, hoje canto
Não é e nem me enche de prazer.
O pássaro voou o mundo a fora,
Foi-se embora sem voltar pra mim.
E esta voz que hoje lhe encanta
Vem depressa, completa por um fim.
Volta ao mundo, como queira,
Voe sem saber que entrego meu coração -
Mas o entrego também à sujeira
Que repousa sempre na solidão.
Difícil é ter que lhe dizer
Que ter uma queda por você
É um longo caminho até o chão.
Só não posso dizer o mesmo com você.
Esta liberdade do ar, hoje canto
Não é e nem me enche de prazer.
O pássaro voou o mundo a fora,
Foi-se embora sem voltar pra mim.
E esta voz que hoje lhe encanta
Vem depressa, completa por um fim.
Volta ao mundo, como queira,
Voe sem saber que entrego meu coração -
Mas o entrego também à sujeira
Que repousa sempre na solidão.
Difícil é ter que lhe dizer
Que ter uma queda por você
É um longo caminho até o chão.
sábado, novembro 28, 2009
Poema Inacabado
Os teus dedos foram as coisas mais bonitas que já passaram pelo meu rosto
Cada um deles fez-me esquecer o desgosto
De dizer a mim mesmo um adeus tão tosco
Com hora e momento certo para adiar.
Quando me olhas com meio olhar
Não me vêm palavras para expressar
Tudo que passa pelo meu corpo
É tão inteso,
Que penso eu em duvidar
Que este mesmo olhar é nada mais que...
Cada um deles fez-me esquecer o desgosto
De dizer a mim mesmo um adeus tão tosco
Com hora e momento certo para adiar.
Quando me olhas com meio olhar
Não me vêm palavras para expressar
Tudo que passa pelo meu corpo
É tão inteso,
Que penso eu em duvidar
Que este mesmo olhar é nada mais que...
sábado, novembro 21, 2009
Poema da Primavera
Se meu doce,
Caindo-lhe a calda fosse
Um mousse,
Açucarada minha alma seria
E eu iria, enfim, saborear.
Nós dois quietos
No verde profundo do mar
Dos teus olhos, navegando
Um par -
De nuvens flutuando
Nos arredores do nosso lar.
Caindo-lhe a calda fosse
Um mousse,
Açucarada minha alma seria
E eu iria, enfim, saborear.
Nós dois quietos
No verde profundo do mar
Dos teus olhos, navegando
Um par -
De nuvens flutuando
Nos arredores do nosso lar.
quarta-feira, novembro 18, 2009
Poema da Covergência
Quem te viu e quem te vê
Meu caro amigo,
Que destes jogos de amor
Fostes cair em louvor
No que havia negado a tantas outras mulheres.
Quem te viu e quem te vê
Minha querida amiga,
Que da negação da loucura
Fostes te entregar ao jogo e à procura
Que havia negado a tantos outros rapazes.
Quem vos viu e quem vos vê, agora
Não acreditarás,
Não importa quantas horas
Passem - ou fiquem para trás.
Serão apenas minutos contados e coloridos
Do amor reprimido
Que converge dos dois bicudos - que se beijam.
Meu caro amigo,
Que destes jogos de amor
Fostes cair em louvor
No que havia negado a tantas outras mulheres.
Quem te viu e quem te vê
Minha querida amiga,
Que da negação da loucura
Fostes te entregar ao jogo e à procura
Que havia negado a tantos outros rapazes.
Quem vos viu e quem vos vê, agora
Não acreditarás,
Não importa quantas horas
Passem - ou fiquem para trás.
Serão apenas minutos contados e coloridos
Do amor reprimido
Que converge dos dois bicudos - que se beijam.
domingo, agosto 30, 2009
Samba da Santa Maria da Desgraça
Já vem raiando a madrugada,
E daquele lado de lá da rua
Desce uma formosa Santa mulata
Que todos creem ter a sua
Alma imaculada.
São tantos os provérbios
Que já narram suas histórias,
Só não aceitam aqueles verbos
Que desfazem as suas glórias.
Por ter deixado a ver navios
Uma porção de marinheiros,
Foram todos esquecidos
Em ilhas vazias sem pesqueiros.
Certa vez por capricho,
Outras tantas por dinheiro,
Driblava o sono dos maridos
Limpando o cofre por inteiro.
Saía em capitais a passeio
Fingindo a todos que a trabalho,
Enquanto muitos acreditavam
Pagavam do seu esforço o salário
Que embolsava sem receio
Dando esmolas aos condenados,
Achavam-se todos no recreio
Por ter ela a eles ajudado.
E no fim todos a aplaudiam,
E as vezes até mesmo oravam,
Pedindo a Santa que do vazio
Da alma de todos fosse cuidado.
E daquele lado de lá da rua
Desce uma formosa Santa mulata
Que todos creem ter a sua
Alma imaculada.
São tantos os provérbios
Que já narram suas histórias,
Só não aceitam aqueles verbos
Que desfazem as suas glórias.
Por ter deixado a ver navios
Uma porção de marinheiros,
Foram todos esquecidos
Em ilhas vazias sem pesqueiros.
Certa vez por capricho,
Outras tantas por dinheiro,
Driblava o sono dos maridos
Limpando o cofre por inteiro.
Saía em capitais a passeio
Fingindo a todos que a trabalho,
Enquanto muitos acreditavam
Pagavam do seu esforço o salário
Que embolsava sem receio
Dando esmolas aos condenados,
Achavam-se todos no recreio
Por ter ela a eles ajudado.
E no fim todos a aplaudiam,
E as vezes até mesmo oravam,
Pedindo a Santa que do vazio
Da alma de todos fosse cuidado.
sábado, agosto 15, 2009
Soneto Para Levar do Brasil
Se carrego nesta pequena mala
As minhas mais limpas lembranças,
É porque, ao sair daquela sala,
Tinha terminado a minha mudança.
Iria eu, pousando o avião,
Esquecer quem eu era?
Posso garantir de antemão
Que não é isso que me espera.
Sei que do outro lado do oceano
Tocando de ouvido um piano
Escutarei sempre um ritmo anil.
Mesmo que morra de saudade
Dançarei de felicidade,
Pois levei tudo do Brasil.
As minhas mais limpas lembranças,
É porque, ao sair daquela sala,
Tinha terminado a minha mudança.
Iria eu, pousando o avião,
Esquecer quem eu era?
Posso garantir de antemão
Que não é isso que me espera.
Sei que do outro lado do oceano
Tocando de ouvido um piano
Escutarei sempre um ritmo anil.
Mesmo que morra de saudade
Dançarei de felicidade,
Pois levei tudo do Brasil.
domingo, agosto 02, 2009
Soneto Político da Deliberação dos Egos
Proponho nos seguintes termos
A mais completa e audaciosa votação:
Decidiremos frase à frase o que pudermos
Deste poema e de todos os outros em poetização.
Devo impugnar vossa ilustre iniciativa
Pelos poderes a mim delegados.
São tantas funções por mim já exercidas
Que não há mais lugar para convidados.
O que devemos fazer quanto a isso?!
Se não nos é mais facultado o lícito
De preencher igualmente o nosso ego!
Impedir a nossa natural usurpação
Seria a mais egoísta manifestação,
Ainda pior que calar um cego!
A mais completa e audaciosa votação:
Decidiremos frase à frase o que pudermos
Deste poema e de todos os outros em poetização.
Devo impugnar vossa ilustre iniciativa
Pelos poderes a mim delegados.
São tantas funções por mim já exercidas
Que não há mais lugar para convidados.
O que devemos fazer quanto a isso?!
Se não nos é mais facultado o lícito
De preencher igualmente o nosso ego!
Impedir a nossa natural usurpação
Seria a mais egoísta manifestação,
Ainda pior que calar um cego!
Soneto do Amor em Fatias
Para dias frios ou quentes,
Chuvosos ou ensolarados;
Pessoas tristes ou contentes
Devem provar do ensopado.
Aqueça dois quartos de carinho
E misture bem com precisão;
Salpique tudo com um beijinho
Não esquecendo de dar a mão.
Derreta seu orgulho em banho-maria
Elaborando o maior e melhor prato-do-dia
Não deixando esfriar por desatenção.
E é só ministrar sempre com alegria
Untando o amor à sabedoria.
Serve em fatias mais de um milhão.
Chuvosos ou ensolarados;
Pessoas tristes ou contentes
Devem provar do ensopado.
Aqueça dois quartos de carinho
E misture bem com precisão;
Salpique tudo com um beijinho
Não esquecendo de dar a mão.
Derreta seu orgulho em banho-maria
Elaborando o maior e melhor prato-do-dia
Não deixando esfriar por desatenção.
E é só ministrar sempre com alegria
Untando o amor à sabedoria.
Serve em fatias mais de um milhão.
domingo, julho 26, 2009
Fragmentos de Entrevista III
[...] O relógio marcou seis horas, mas desmarcou rapidinho. Seis e um, seis e dois, três... somando, somando, somando... assim, como quem olha e diz: "mais, sem parar, por favor", com cara de robô. Eu olhei ele de lado e aboli os números, né, deixei só os tracinhos, pra ver se ele parava de somar... mas não parou, não. Continuou, o infeliz. Um tracinho, dois, três... somando, somando e somando. Aí parei, né. Tirei os tracinhos também. Ficaram só os ponteiros andando, fazendo a ronda deles. Aí ele parou de somar, né... o relógio, não tinha mais o que somar [...]
Mas notei que o mais fininho dos ponteiros andava mais rápido que o grandão, e que o menorzinho deles já quase não andava mais, cabisbaixo. Achei tudo aquilo injusto, né. "Que foi?", perguntei pro menorzinho, "ta tristinho, meu querido?" ele disse... ele não disse nada... mas deveria estar, né, afinal, perdeu os números e os tracinhos que ele visitava de hora em hora. Parece que só sente falta daquilo que se perdeu, aquele que nunca corre pra chegar com a amizade, igual o menorzinho deles. Já o mais fininho, esse sim, andava que era o faceiro fazendo a ronda, girando a cada segundo pra lá e mais pra lá, adante... nem parecia notar que até os tracinhos tinham sido arrancados de lá. O mais interessante é que quando ele dava uma volta completa, o mais fininho, o maiorzinho se movia junto, como quem boceja e samba sem vontade, quase entendiado. Não sei. Achei tudo aquilo estranho. O relógio não dizia mais as horas, enfim [...] E no final das contadas, eu tomei mais um gole de cachaça depois e fui dormir, né, que ninguém é de ferro, preto e branco, com detalhes em marfim.
quarta-feira, junho 24, 2009
Soneto do Universo
Devorei à minha imagem e semelhança
Uma grande porção de tudo que vi.
Sendo parte do mundo, uma parte da esperança,
Consumi rapidamente o que havia em ti.
Meu coração resumiu a orquestra em um só rufar
Silenciando a todos numa doce pausa.
E o universo inteiro parou de cantar
Imaginando qual seria a causa.
Tendo de tudo o que se fez esclarecido,
O momento anterior restou esquecido,
Soçobrando o som mudo do tambor.
Eis que de mim adormecido
Acordou com um rugido
De ter encontrado um novo Amor.
Uma grande porção de tudo que vi.
Sendo parte do mundo, uma parte da esperança,
Consumi rapidamente o que havia em ti.
Meu coração resumiu a orquestra em um só rufar
Silenciando a todos numa doce pausa.
E o universo inteiro parou de cantar
Imaginando qual seria a causa.
Tendo de tudo o que se fez esclarecido,
O momento anterior restou esquecido,
Soçobrando o som mudo do tambor.
Eis que de mim adormecido
Acordou com um rugido
De ter encontrado um novo Amor.
segunda-feira, junho 01, 2009
Soneto do Acaso e da Sorte
Fiz a mim mesmo uma promessa indecorosa
Colocada no papel e sublinhada pela fé
Que deste outono evaporaria a dor mais horrorosa:
Te conquistaria sem a mim e te faria minha ré.
Pudesse eu te julgar, deveras já sabia,
O que não esperava era que de um veredicto cheio de alegria
Decidido aos pares e levado à arca
Minha condenada me olhasse de outra comarca.
E do brilho do teu olhar naquele momento
vi a mim mesmo, a peso d'ouro, todo o tempo
Qual agora aposto novamente, empertigado.
E sem a condição de fazer a aposta exata
Eu me sinto igual um magnata
Que perdeu a fortuna no carteado.
Colocada no papel e sublinhada pela fé
Que deste outono evaporaria a dor mais horrorosa:
Te conquistaria sem a mim e te faria minha ré.
Pudesse eu te julgar, deveras já sabia,
O que não esperava era que de um veredicto cheio de alegria
Decidido aos pares e levado à arca
Minha condenada me olhasse de outra comarca.
E do brilho do teu olhar naquele momento
vi a mim mesmo, a peso d'ouro, todo o tempo
Qual agora aposto novamente, empertigado.
E sem a condição de fazer a aposta exata
Eu me sinto igual um magnata
Que perdeu a fortuna no carteado.
Soneto da Timidez
Desde a tua primeira visão
Teus olhos esconderam a mocidade,
E caminharam sentido a verdade
não revelando nenhuma emoção.
Muitos o confundiram com altivez,
O que outros não notaram sequer uma vez
Que do teu rosto firme saía à vontade
Uma timidez repleta e suave.
E o tempo, dos teus olhos tirou
Aquele receio que em mim agora brotou
De encarar por igual esta multidão.
Sem, no entanto, possuir coragem
Os meus olhos secaram pela estiagem
Que nos consome a cada estação.
Teus olhos esconderam a mocidade,
E caminharam sentido a verdade
não revelando nenhuma emoção.
Muitos o confundiram com altivez,
O que outros não notaram sequer uma vez
Que do teu rosto firme saía à vontade
Uma timidez repleta e suave.
E o tempo, dos teus olhos tirou
Aquele receio que em mim agora brotou
De encarar por igual esta multidão.
Sem, no entanto, possuir coragem
Os meus olhos secaram pela estiagem
Que nos consome a cada estação.
sexta-feira, maio 29, 2009
Soneto da Esperança
Dizem, e queremos acreditar,
Que do tempo não sobra nada
E a mentira, que é a prova do amar,
Não é maior do que a lembrança guardada.
Teu olhar e teu sorriso ainda esperam
O meu gesto e o meu falar cotidianos,
Mas com salutar ironia ignoramos
O tempo e a mentira que nos pregam.
Enfim o acaso sentiu o desgosto
Com a patente maior do que o seu posto
Obrigando o sentimento a hibernar.
E todo esse tempo de espera
Não foi nada além de um sopro que não supera
O nosso sempre vicioso retornar.
Que do tempo não sobra nada
E a mentira, que é a prova do amar,
Não é maior do que a lembrança guardada.
Teu olhar e teu sorriso ainda esperam
O meu gesto e o meu falar cotidianos,
Mas com salutar ironia ignoramos
O tempo e a mentira que nos pregam.
Enfim o acaso sentiu o desgosto
Com a patente maior do que o seu posto
Obrigando o sentimento a hibernar.
E todo esse tempo de espera
Não foi nada além de um sopro que não supera
O nosso sempre vicioso retornar.
segunda-feira, maio 25, 2009
Soneto do Arrependimento
São estas as lágrimas caídas
Em nossos corpos largados,
Em cima de uma colcha roída
Que nos serve de arado?
São estas as nossas feridas
Remendadas pelos retalhos,
Fortes e longas corridas
Que à felicidade nos dão atalhos?
Hoje, se pudéssemos retornar àquele dia
Seria com uma doce alegria
Que eu diria que não.
Mas como não se pode emendar a dor
Carregamos todo o nosso rancor
Fingindo que não nos houve união.
Em nossos corpos largados,
Em cima de uma colcha roída
Que nos serve de arado?
São estas as nossas feridas
Remendadas pelos retalhos,
Fortes e longas corridas
Que à felicidade nos dão atalhos?
Hoje, se pudéssemos retornar àquele dia
Seria com uma doce alegria
Que eu diria que não.
Mas como não se pode emendar a dor
Carregamos todo o nosso rancor
Fingindo que não nos houve união.
domingo, maio 24, 2009
Soneto da Precipitação
Ao quebrarmos o nosso gelo
Veio dele a inundação
Sorte nossa nunca te-lo
Derretido em ilusão.
Pois ao estarmos fazendo a nossa história,
Ao desejarmos a todos a nossa glória,
Não vimos aí o inevitável molejo
Que se anunciava com o relampejo:
Assim caiu a chuva sem o agrado
De nós que estávamos no telhado
A solucionar a solução.
Não é que não fosse a hora
Mas ao raiar de nossa aurora
Erramos a ocasião.
Veio dele a inundação
Sorte nossa nunca te-lo
Derretido em ilusão.
Pois ao estarmos fazendo a nossa história,
Ao desejarmos a todos a nossa glória,
Não vimos aí o inevitável molejo
Que se anunciava com o relampejo:
Assim caiu a chuva sem o agrado
De nós que estávamos no telhado
A solucionar a solução.
Não é que não fosse a hora
Mas ao raiar de nossa aurora
Erramos a ocasião.
sexta-feira, maio 22, 2009
Soneto da Hesitação
Os laços que me ligam
São os mesmos de teus cabelos
Fitas coloridas que salientam
a reticência de meus anseios...
Se fosse eu igual a você
Seríamos elegantes arrestos
Presos junto aos protestos
De uma vida sem porquê.
Mas estamos os dois aqui parados
Manequins apaixonados
Surdos pela hesitação
Queremos nos encontrar
E juntos, os dois, orar
Mas não cruzamos a mão.
São os mesmos de teus cabelos
Fitas coloridas que salientam
a reticência de meus anseios...
Se fosse eu igual a você
Seríamos elegantes arrestos
Presos junto aos protestos
De uma vida sem porquê.
Mas estamos os dois aqui parados
Manequins apaixonados
Surdos pela hesitação
Queremos nos encontrar
E juntos, os dois, orar
Mas não cruzamos a mão.
Soneto de Jacarandá
Longe de casa, nao pude deixar
Aquela vidinha interessada:
Minha doce e ingênua calçada
Destas ruas de jacarandás.
Segurando uma agulha em forma de peixe
Posta em mistério a costurar
Suas mais novas experiências
Em um manto a lhe enfeitar.
Meu olhar queima feito a tocha,
Mas meu rosto é firme como a rocha
Nestes momentos de pesar.
Só compreende esta menina
Quem já soprou pelas narinas
E fez o mundo inteiro rodar.
Aquela vidinha interessada:
Minha doce e ingênua calçada
Destas ruas de jacarandás.
Segurando uma agulha em forma de peixe
Posta em mistério a costurar
Suas mais novas experiências
Em um manto a lhe enfeitar.
Meu olhar queima feito a tocha,
Mas meu rosto é firme como a rocha
Nestes momentos de pesar.
Só compreende esta menina
Quem já soprou pelas narinas
E fez o mundo inteiro rodar.
sábado, maio 09, 2009
Poema do Pequeno Bretanha
Se me fosse dado dar tal conselho
Com certeza ele não seria aproveitado
Mas como o discernimento no nascimento é vago
Aproveito o momento e intrometo o bedelho:
Seja apaixonado!
Há mais calor no amor de quem caminha
Pois há muita estrada nesta vida
Como se dizia antigamente, o amor é nossa cachaça
um vício que, aos errantes, enche de graça.
Viemos, nascemos sem vintém
e na volta, se sabe, se segue igual,
Mas criança, não me leve a mal
Se durante a vida, quem tem
lhes pareça ser alguém
Especial.
Se algum dia, ou até dois,
Vierem a baixar-vos a cabeça
com aquela induzida tristeza
que vos bate por ser quem sois
Ignore tal vileza!
Faça deste acaso um motivo
Dê uns dois no pé do ouvido
Daqueles que só te viram pelas janelas
a face errada de teu sorriso.
Com certeza ele não seria aproveitado
Mas como o discernimento no nascimento é vago
Aproveito o momento e intrometo o bedelho:
Seja apaixonado!
Há mais calor no amor de quem caminha
Pois há muita estrada nesta vida
Como se dizia antigamente, o amor é nossa cachaça
um vício que, aos errantes, enche de graça.
Viemos, nascemos sem vintém
e na volta, se sabe, se segue igual,
Mas criança, não me leve a mal
Se durante a vida, quem tem
lhes pareça ser alguém
Especial.
Se algum dia, ou até dois,
Vierem a baixar-vos a cabeça
com aquela induzida tristeza
que vos bate por ser quem sois
Ignore tal vileza!
Faça deste acaso um motivo
Dê uns dois no pé do ouvido
Daqueles que só te viram pelas janelas
a face errada de teu sorriso.
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Meu bem me quer mal
Fico muito irritada
Com a atenção que não me é dada
extremamente furiosa
Quando alguém não me dá prosa
Parando pra pensar bem
Acho que não existe coisa mais horrorosa
do que desfazer de alguém
Ora, caríssimo...
Não te pedi nenhum vintém
Não te exigi nenhuma alta cerimônia
Como assim finges que não sou ninguém?
Se é que um dia fui algo importante pra ti
Se mexi com os teus brios
Porque me tratas com demasiado desdém?
Nem parece que te causei calafrios
Muito menos que chegaste a ser o meu bem
Com a atenção que não me é dada
extremamente furiosa
Quando alguém não me dá prosa
Parando pra pensar bem
Acho que não existe coisa mais horrorosa
do que desfazer de alguém
Ora, caríssimo...
Não te pedi nenhum vintém
Não te exigi nenhuma alta cerimônia
Como assim finges que não sou ninguém?
Se é que um dia fui algo importante pra ti
Se mexi com os teus brios
Porque me tratas com demasiado desdém?
Nem parece que te causei calafrios
Muito menos que chegaste a ser o meu bem
terça-feira, fevereiro 24, 2009
O centro das atenções
Não importava quanto tempo ela passava sozinha, sempre bastava a si mesma.
A própria companhia era sempre sua predileta.
Apreciava cada segundo da solidão como se isto fosse seu maior trunfo.
Se sentia sempre tão bem acompanhada que já não fazia questão da presença dos outros.
Vivia num mundo de concordância consigo mesma.
Nada era mais confortável e afável...
Ela não precisava explicar os conceitos mais intrínsecos, não tinha a necessidade de discutir relação alguma; afinal nada havia, ninguém havia...
Trancada dentro de si mesma: confiante e nada conflitante
Se tinha necessidade de diversidade, recriava-se com a criatividade que lhe era inerente.
Nada de diferente, apenas a mesma coisa vista sob seus vários ângulos.
Suas inúmeras facetas sendo criadas e re-criadas... Ela estava, enfim, no centro das suas próprias atenções.
A própria companhia era sempre sua predileta.
Apreciava cada segundo da solidão como se isto fosse seu maior trunfo.
Se sentia sempre tão bem acompanhada que já não fazia questão da presença dos outros.
Vivia num mundo de concordância consigo mesma.
Nada era mais confortável e afável...
Ela não precisava explicar os conceitos mais intrínsecos, não tinha a necessidade de discutir relação alguma; afinal nada havia, ninguém havia...
Trancada dentro de si mesma: confiante e nada conflitante
Se tinha necessidade de diversidade, recriava-se com a criatividade que lhe era inerente.
Nada de diferente, apenas a mesma coisa vista sob seus vários ângulos.
Suas inúmeras facetas sendo criadas e re-criadas... Ela estava, enfim, no centro das suas próprias atenções.
domingo, fevereiro 22, 2009
Mancha de Manga Nao Sai
Eu vou encontrar um pé de manga
E me deitar aos seus pés
Assomado nas barrancas do rio
Que me dê coragem pra seguir viagem
Ao meu destino vazio
Certo que algum dia haverá fogo
No meu palheiro de alecrim
É todo meu sufoco
Procrastinando o fim
A mensagem de esperança é que da manga não sai a mancha
Nem a mancha de manga sai
Lavada com água da sangua.
E me deitar aos seus pés
Assomado nas barrancas do rio
Que me dê coragem pra seguir viagem
Ao meu destino vazio
Certo que algum dia haverá fogo
No meu palheiro de alecrim
É todo meu sufoco
Procrastinando o fim
A mensagem de esperança é que da manga não sai a mancha
Nem a mancha de manga sai
Lavada com água da sangua.
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
Ânsia de viver
Na ânsia de viver intensamente
Queria estar em todos os lugares
Ouvir todas as canções
Tudo ao mesmo tempo
Queria se secar no inverno ao vento
E explorar os 7 mares
Usando os três sentidos
Via fantasia
Respirava sonhos
Saboreava amores...
Das dores ela nunca comentava
Se chorava, ninguém via
Se não era feliz, ao menos ela fingia...
Queria estar em todos os lugares
Ouvir todas as canções
Tudo ao mesmo tempo
Queria se secar no inverno ao vento
E explorar os 7 mares
Usando os três sentidos
Via fantasia
Respirava sonhos
Saboreava amores...
Das dores ela nunca comentava
Se chorava, ninguém via
Se não era feliz, ao menos ela fingia...
entrelinhas
Se dedicares um momento
verás que tudo se explica nas entrelinhas
todo o não dito está escrito
A vida é mais bela se discreta,
inquieta como os versos de um poeta
perdidos dentro de um livro esquecido
As lembranças são como cristais
Tão impressionantes
Tão frágeis, tão fáceis de quebrar
Nunca parece que temos o bastante
sempre queremos mais
E mais...
verás que tudo se explica nas entrelinhas
todo o não dito está escrito
A vida é mais bela se discreta,
inquieta como os versos de um poeta
perdidos dentro de um livro esquecido
As lembranças são como cristais
Tão impressionantes
Tão frágeis, tão fáceis de quebrar
Nunca parece que temos o bastante
sempre queremos mais
E mais...
sexta-feira, fevereiro 13, 2009
Roteiro de Cinema.
Tela negra.
Narrador: ipanema que surge.
Ipanema surge. sol, céu azul, deserta.
Narrador: 11 horas.
Pessoas surgem. o sol brilha. praia cheia.
Narrador: da noite.
A luz do dia se apaga. ipanema noturna. luzes dos postes. pessoas andando e caminhando.
Um homem de camisa branca e gravata vermelha correndo nas areias da praia em direção ao mar.
A imagem acompanha tremida o homem correndo, desesperado.
Meio caminho do mar, a imagem aguarda na areia. tudo em volta do o homem é parado, mas ele continua correndo em direção ao mar.
Narrador: É correto que os homens, e talvez as mulheres também, possuem três corações.
O homem adentra o mar. a imagem continua parada enquanto ele continua em direção ao horizonte. o homem nada.
Narrador: Entre estes três corações, um deles bate a vida toda. é o que os naturalistas chamam de músculo cardíaco. os outros dois corações batem em um só momento da vida.
O homem nada. a imagem o acompanha.
Narrador: um dos corações só bate quando o homem se apaixona.
Flash de memória. o homem de camisa branca e gravata vermelha na multidão, no centro da cidade. algazarra. o homem avista uma mulher de vestido verde e cabelo preso. silêncio. som de batidas de coração. ele sorri.
Narrador: o último bate só quando o quebram de vez.
Flash de memória. o homem adentra de súbido uma porta. seu rosto em alegria se converte em tristeza. na sala há a mulher de vestido verde e cabelo solto. há outras pessoas segurando taças nas mãos. todos param e olham para o homem. as vozes se calam. silêncio. duas batidas de coração. o homem se vira em desespero e corre. desce as escadas do prédio. atravessa as ruas. chega ao mar. a cena correndo na praia se repete.
Flash de memória. o homem adentra de súbido uma porta. seu rosto em alegria se converte em tristeza. na sala há a mulher de vestido verde e cabelo solto. há outras pessoas segurando taças nas mãos. todos param e olham para o homem. as vozes se calam. silêncio. duas batidas de coração. o homem se vira em desespero e corre. desce as escadas do prédio. atravessa as ruas. chega ao mar. a cena correndo na praia se repete.
terça-feira, fevereiro 10, 2009
Escala de Fá
Não caía nunca em SI a moça
Até se fazia SOL
Era de dar DÓ vê-la por aí
Colecionando expectativas sem fim
LÁ e cá sempre seguindo em frente
Esbarrando em toda a gente
Sem brecar e nem dar RÉ
MI falaram que se perdeu por aí
Carregando uma viola entre os braços
Mas o que se comenta
É que à toda escala procura-se FÁ
Até se fazia SOL
Era de dar DÓ vê-la por aí
Colecionando expectativas sem fim
LÁ e cá sempre seguindo em frente
Esbarrando em toda a gente
Sem brecar e nem dar RÉ
MI falaram que se perdeu por aí
Carregando uma viola entre os braços
Mas o que se comenta
É que à toda escala procura-se FÁ
segunda-feira, janeiro 19, 2009
Difícil partitura
Poesia musicada
Com staccato e prolongamento
Sem tirar o pé do pedal
Cheia de semitons e acordes dissonantes
Pausa só se for tão breve como uma semicolcheia
Em compasso composto e em clave de Fá
A transição tem muitos bemóis e sustenidos
Clássica e Contemporânea
Um piano de calda
E o final é sempre ralentando...
.Leia-me como uma partitura.
domingo, janeiro 18, 2009
Canção do Yemen
O que me falta nesta vida
É que com ela você volte a brilhar
Com aquelas pequenas intrigas
Que eu passei o tempo todo a duvidar.
d'um pouquinho de mim
d'uma porção razoável de ti
um ciúmes sem direção
apontando à toda nação
que fosse se aproximar... de si.
É que com ela você volte a brilhar
Com aquelas pequenas intrigas
Que eu passei o tempo todo a duvidar.
d'um pouquinho de mim
d'uma porção razoável de ti
um ciúmes sem direção
apontando à toda nação
que fosse se aproximar... de si.
quinta-feira, janeiro 08, 2009
A Procissão do Malandro.
Não se sabe bem se por acaso ou se por ironia
Mas quando ascendeu à nossa maestria
Uma menina chamada Justiça
Ninguém mais, à lei, desobedeceu.
A princípio ninguém percebeu,
Pois estavam todos comemorando o salto
De ter colocado no planalto
Uma mulher temente a deus.
Logo na manhã seguinte
A atendente da chefatura exclamou
Em um acertado palpite:
"Ao nosso telefone, ninguém ligou!"
Para variar, os céticos não acreditaram
Preferindo se mostrar contrariados;
Já os otimistas, enfim, vibraram:
"Estamos todos, ao sucesso, fadados!"
Engraçado é que no domingo era corrente
Na boca de toda gente
Que até mesmo no futebol
Nenhuma falta sucedeu.
Nos tribunais, sempre lotados,
Já não haviam advogados;
Os magistrados, por sua vez,
Não sentenciavam em altivez.
A nação inteira sorriu,
Pois no planalto já não havia burocracia:
Uma proeza digna de uma democracia
No imenso território do Brasil.
Mas como nada é perfeito,
Os canais de TV causaram defeito:
Não havendo mais noticias de desastre
Passaram a reportar receitas com tomate.
- Não havia mais fome no país!
Ainda que seja justo ter as regras para seguir
"Todas elas possuem uma exceção"
- Era o que dizia a população,
Quando um tal de Malandro, da cena do crime, tentou fugir.
Uma pessoa, em cento e oitenta milhões,
Fez toda a engrenagem burocrática rugir:
"Não se preocupem, meus irmãos,
pois desta situação, iremos todos sair."
A polícia, o Ministério Público,
O Poder judiciário, os advogados,
A Receita Federal, o Tesouro de Estado,
Todos juntos, a sorrir:
"Finalmente teremos uma função,
Qual seja, proteger o bom cidadão."
Até mesmo a antiga programação voltou ao ar,
Podíamos todos aguentar
O lindo casal do jornal
Nos apresentando os deslizes do marginal.
Mas não é que chegou o carnaval?
E com ele, o Malandro, exorcizado do mal,
Pode, enfim, a Justiça seguir.
O mesmo efeito teve sobre o povo de batina
Que pode, enfim, largar a menina,
E completar o doce ritual: agora o bem era o mal.
Quem não gostou nem um pouco disto
Foi a menina Justiça,
Criatura doce e mestiça
Que acabou com o carnaval.
Sob todos os protestos,
Fechou o congresso:
"Farei o que for certo,
Nem que do mundo reste nada!"
- Disse ela, em frente à esplanada.
Malandro, como somente ele podia,
Liderou a eleição com toda a alegria.
Foi até o planalto, e de assalto
Derrubou a menina Justiça, em nome da preguiça.
Estava feita a procissão.
Mas quando ascendeu à nossa maestria
Uma menina chamada Justiça
Ninguém mais, à lei, desobedeceu.
A princípio ninguém percebeu,
Pois estavam todos comemorando o salto
De ter colocado no planalto
Uma mulher temente a deus.
Logo na manhã seguinte
A atendente da chefatura exclamou
Em um acertado palpite:
"Ao nosso telefone, ninguém ligou!"
Para variar, os céticos não acreditaram
Preferindo se mostrar contrariados;
Já os otimistas, enfim, vibraram:
"Estamos todos, ao sucesso, fadados!"
Engraçado é que no domingo era corrente
Na boca de toda gente
Que até mesmo no futebol
Nenhuma falta sucedeu.
Nos tribunais, sempre lotados,
Já não haviam advogados;
Os magistrados, por sua vez,
Não sentenciavam em altivez.
A nação inteira sorriu,
Pois no planalto já não havia burocracia:
Uma proeza digna de uma democracia
No imenso território do Brasil.
Mas como nada é perfeito,
Os canais de TV causaram defeito:
Não havendo mais noticias de desastre
Passaram a reportar receitas com tomate.
- Não havia mais fome no país!
Ainda que seja justo ter as regras para seguir
"Todas elas possuem uma exceção"
- Era o que dizia a população,
Quando um tal de Malandro, da cena do crime, tentou fugir.
Uma pessoa, em cento e oitenta milhões,
Fez toda a engrenagem burocrática rugir:
"Não se preocupem, meus irmãos,
pois desta situação, iremos todos sair."
A polícia, o Ministério Público,
O Poder judiciário, os advogados,
A Receita Federal, o Tesouro de Estado,
Todos juntos, a sorrir:
"Finalmente teremos uma função,
Qual seja, proteger o bom cidadão."
Até mesmo a antiga programação voltou ao ar,
Podíamos todos aguentar
O lindo casal do jornal
Nos apresentando os deslizes do marginal.
Mas não é que chegou o carnaval?
E com ele, o Malandro, exorcizado do mal,
Pode, enfim, a Justiça seguir.
O mesmo efeito teve sobre o povo de batina
Que pode, enfim, largar a menina,
E completar o doce ritual: agora o bem era o mal.
Quem não gostou nem um pouco disto
Foi a menina Justiça,
Criatura doce e mestiça
Que acabou com o carnaval.
Sob todos os protestos,
Fechou o congresso:
"Farei o que for certo,
Nem que do mundo reste nada!"
- Disse ela, em frente à esplanada.
Malandro, como somente ele podia,
Liderou a eleição com toda a alegria.
Foi até o planalto, e de assalto
Derrubou a menina Justiça, em nome da preguiça.
Estava feita a procissão.
quarta-feira, janeiro 07, 2009
Colos de pais
Pais,
Quantos ais ouvistes?
Quantos cais abristes?
Nada pode ser mais confortável do que os colos teus
Meus eus todos se encontram
Quando perto dos que os encantam
Quantos ais ouvistes?
Quantos cais abristes?
Nada pode ser mais confortável do que os colos teus
Meus eus todos se encontram
Quando perto dos que os encantam
Pobre de mim
Se gritas, me afasto
Me largo, me perco
Te perco, me perdes
Me pedes, me eleges
Te aceito, sem jeito
Me queixo, te deixo
Se queres, me pedes
Se aceito, me deito
Te almejo, mas não assim
Pobre de mim...
Me largo, me perco
Te perco, me perdes
Me pedes, me eleges
Te aceito, sem jeito
Me queixo, te deixo
Se queres, me pedes
Se aceito, me deito
Te almejo, mas não assim
Pobre de mim...
Euforia e calmaria
Eu quero a felicidade desconhecida
Pois a que vi, já foi vista
E eu ando meio esquecida
Quero euforia e calmaria
Paciência e decência
Arrepio ao meio fio
Quero gritar sem ser ouvida
Ficar bêbada sem bebida
Te ter sem ser tua
E depois descansar de alma nua
E no final, te deixar
Para me amar, para me amar...
Pois a que vi, já foi vista
E eu ando meio esquecida
Quero euforia e calmaria
Paciência e decência
Arrepio ao meio fio
Quero gritar sem ser ouvida
Ficar bêbada sem bebida
Te ter sem ser tua
E depois descansar de alma nua
E no final, te deixar
Para me amar, para me amar...
versos censurados
Somos como letras, versos
Poemas não ritmados
Como estrofes, desenhos rabiscados
Acho que somos o que ninguém viu
Tudo foi tão censurado
Textos não publicados
Amarrados pelo segredo
Pelo silêncio e pelo medo
Recita-me, publica-me
Faz de nós um outdoor
Por favor, suplico-te
Tudo em nome do bendito amor
Somos como música
Literatura de cordel
Teatro de rua, cinema mudo
Barquinho de papel...
Poemas não ritmados
Como estrofes, desenhos rabiscados
Acho que somos o que ninguém viu
Tudo foi tão censurado
Textos não publicados
Amarrados pelo segredo
Pelo silêncio e pelo medo
Recita-me, publica-me
Faz de nós um outdoor
Por favor, suplico-te
Tudo em nome do bendito amor
Somos como música
Literatura de cordel
Teatro de rua, cinema mudo
Barquinho de papel...
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