quinta-feira, setembro 22, 2005

Pensamentos Avulsos #3

Olhei pela janela, onde o céu formava uma pintura a cada instante, e vi um pássaro se projetando preto contra as nuvens brancas. Um pensamento avulso, destes que se tem sem nenhuma lógica eficiente, e que se vão da mesma maneira como que vieram me veio à mente: “Não havia nada mais neste mundo que não fosse feito em seqüência”. Não estava pensando na revolução industrial, muito menos no modelo Ford de produção. Eu pensava na natureza humana, onde bastava olhar a quantidade de pessoas que se encontravam neste mundo: é só pensar que não existe nenhum momento onde alguém não esteja arrotando. E digo mais: Se pudéssemos gravar uma hora ininterrupta de qualquer hora, teríamos uma hora de arrotos em seqüência. E garanto que isso é verdade porque pelo relógio solar é sempre nove horas em algum lugar do planeta. São sempre as nove horas que encontramos no outro dia. Se isso fosse possível, provavelmente algum capitalista já teria gravado isso em algum disco para vender: “Arrotos pelo Planeta”. Na verdade pensei isso sozinho, mesmo sob a influencia de algum escritor já falecido que não sei o nome, já que hoje em dia é impossível alguém pensar sozinho sobre alguma coisa. Sempre se tem que pagar os direitos autorais. Saudade dos tempos onde as idéias eram livres.
Parei e coloquei a mão sobre o vidro da janela, na falsa esperança de poder tocar a tela do outro lado. Soprei sobre a mão e retirei-a, mas ela ficou ali, circulada pelo bafo. Quanto tempo já se havia passado? Cinco minutos; é, a espera vai ser longa.

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