Devorei à minha imagem e semelhança
Uma grande porção de tudo que vi.
Sendo parte do mundo, uma parte da esperança,
Consumi rapidamente o que havia em ti.
Meu coração resumiu a orquestra em um só rufar
Silenciando a todos numa doce pausa.
E o universo inteiro parou de cantar
Imaginando qual seria a causa.
Tendo de tudo o que se fez esclarecido,
O momento anterior restou esquecido,
Soçobrando o som mudo do tambor.
Eis que de mim adormecido
Acordou com um rugido
De ter encontrado um novo Amor.
quarta-feira, junho 24, 2009
segunda-feira, junho 01, 2009
Soneto do Acaso e da Sorte
Fiz a mim mesmo uma promessa indecorosa
Colocada no papel e sublinhada pela fé
Que deste outono evaporaria a dor mais horrorosa:
Te conquistaria sem a mim e te faria minha ré.
Pudesse eu te julgar, deveras já sabia,
O que não esperava era que de um veredicto cheio de alegria
Decidido aos pares e levado à arca
Minha condenada me olhasse de outra comarca.
E do brilho do teu olhar naquele momento
vi a mim mesmo, a peso d'ouro, todo o tempo
Qual agora aposto novamente, empertigado.
E sem a condição de fazer a aposta exata
Eu me sinto igual um magnata
Que perdeu a fortuna no carteado.
Colocada no papel e sublinhada pela fé
Que deste outono evaporaria a dor mais horrorosa:
Te conquistaria sem a mim e te faria minha ré.
Pudesse eu te julgar, deveras já sabia,
O que não esperava era que de um veredicto cheio de alegria
Decidido aos pares e levado à arca
Minha condenada me olhasse de outra comarca.
E do brilho do teu olhar naquele momento
vi a mim mesmo, a peso d'ouro, todo o tempo
Qual agora aposto novamente, empertigado.
E sem a condição de fazer a aposta exata
Eu me sinto igual um magnata
Que perdeu a fortuna no carteado.
Soneto da Timidez
Desde a tua primeira visão
Teus olhos esconderam a mocidade,
E caminharam sentido a verdade
não revelando nenhuma emoção.
Muitos o confundiram com altivez,
O que outros não notaram sequer uma vez
Que do teu rosto firme saía à vontade
Uma timidez repleta e suave.
E o tempo, dos teus olhos tirou
Aquele receio que em mim agora brotou
De encarar por igual esta multidão.
Sem, no entanto, possuir coragem
Os meus olhos secaram pela estiagem
Que nos consome a cada estação.
Teus olhos esconderam a mocidade,
E caminharam sentido a verdade
não revelando nenhuma emoção.
Muitos o confundiram com altivez,
O que outros não notaram sequer uma vez
Que do teu rosto firme saía à vontade
Uma timidez repleta e suave.
E o tempo, dos teus olhos tirou
Aquele receio que em mim agora brotou
De encarar por igual esta multidão.
Sem, no entanto, possuir coragem
Os meus olhos secaram pela estiagem
Que nos consome a cada estação.
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